Comunicação produtivas das empresas

Comunicação produtiva das empresas

Que a comunicação é a ferramenta mais utilizada por todos, é indiscutível. Porém, nem todos se atentam a necessidade/ possibilidade do ajuste dessa ferramenta poderosa na atuação da vida e dos negócios. Maior que isso ainda, muitos não se atentam como falhas e desajustes em comunicação podem se tornar os grandes vilões das corporações, acarretando milhões em perdas anuais, tanto em negócios quanto em demissões e processos judiciais por danos morais, por exemplo. Em uma pesquisa realizada pela revista britânica The Economist, intitulada Communication barriers in the modern workplace (Barreiras de comunicação no ambiente de trabalho moderno, em uma tradução livre), atesta que as falhas causam problemas para a produtividade e para a saúde de colaboradores. O levantamento foi feito com 403 executivos dos Estados Unidos divididos., e segundo os resultados, 44% dos entrevistados relatam que a falta de comunicação causou atrasos ou falhas na conclusão de projetos. 
 
Quanto ao impacto direto nos negócios, 18% afirmam que as falhas levaram à redução das vendas. Problemas de comunicação também contribuíram para estresse (52%) e desânimo (31%). A solução para o engajamento dos profissionais na otimização da comunicação interna vai muito além de cartilhas de atuação ou canais modernos, segundo a mesma pesquisa, algumas medidas práticas devem ser adotadas por gestores de todas as áreas para melhorar a qualidade do relacionamento organizacional. 
 
 A pesquisa mostra que 78% dos entrevistados acreditam que ter objetivos mais claros em reuniões teria um impacto significativo nas mensagens corporativas. Do total, 63% desejam um leque mais amplo de ferramentas de comunicação interna e 62% acreditam na importância dos treinamentos e capacitações para melhorar o entendimento de instruções de trabalho e mensagens institucionais. Os ajustes de comunicação devem ser promovidos desde as escalas mais altas da hierarquia empresarial, fomentando uma cascata comunicativa de assertividade e objetividade, de forma que se crie ambientes corporativos salubres, otimizados e eficientes através da gestão elaborada de comunicação tanto interna quanto externa das empresas. “Comunicar é a arte de entender e ser entendido”, e sob essa perspectiva é que as empresas, num momento global em que a ciclicidade e complexidade são pontos fundamentais de coesão e adesão do mercado e ao mercado, promover campanhas de ajuste de comunicação é de fundamental necessidade para um crescimento saudável e estável. 
 
(Por Erika Nechar @Capocomunica) 

comunicação na era digital

Comunicação na era digital

Parece estranho e até um tanto contraditório que na era da comunicação as pessoas e empresas estejam cada vez mais com dificuldades em se comunicar. Um apanhado de estudos e artigos vem sendo apresentados de forma a analisar e contextualizar o lugar e impacto da comunicação na sociedade globalizada tanto referentes a aspectos individuais quanto corporativos e todo esse desenrolar social que se estabelece de forma frenética, como a comunicação vem se transformando a partir do desenvolvimento da tecnologia e a influência digital e midiática Margarida M. Kröhling Kunsch em seu artigo de tema: Comunicação organizacional na era digital: contextos, recursos e possibilidades diz :“ Em Enigmas da modernidade-mundo, Octávio Ianni (2000, p. 155), reflete sobre o poder da mídia na sociedade contemporânea, usando a metáfora do “príncipe eletrônico”. Ele estabelece uma relação entre o príncipe de Maquiavel e o moderno príncipe de Gramsci. Gianni Vattimo, em A sociedade transparente (1991), fala do advento da sociedade da comunicação e do papel preponderante que exercem os mass media, fazendo com que tenhamos uma sociedade transparente e complexa ao mesmo tempo. 

Do ponto de vista relacional, talvez em toda a história da humanidade contemporânea, jamais estivemos em maior desconforto social pela falta de habilidades em se comunicar. Um paradigma a ser pensado, estudado e ajustado com toda a certeza. A agilidade, superficialidade e desconexão das relações geradas pela era digital está levando as pessoas a um fenômeno de desaprendizagem de comunicar, onde quem sabia, está ficando enferrujado e desaprendendo a se comunicar e quem nunca soube tem pouco material humano a que recorrer para aprender a tão valiosa arte. Comunicar é muito mais do que falar, ouvir, assistir ou ter e dar likes, passa por processos extensos de treinamento de construção de raciocínio, coerência de pensamentos e entre esses e ações, gestão de relacionamentos, empatia para gerar conectividade e o mundo está ficando anti social. Não é por acaso que um dos transtornos mais presentes nas sociedades hoje em dia é a agorafobia (transtorno de ansiedade que muitas vezes se desenvolve após um ou mais ataques de pânico. Os sintomas incluem medo e evitar lugares e situações que possam causar sensação de pânico, aprisionamento, impotência ou constrangimento) na maioria dos casos relacionados a ambientes em que se encontrem muitas pessoas, ou seja, um problema relacional. Quanto mais a capacidade de comunicação consigo e com o mundo vai ficando escassa, mais a necessidade de se proteger de agentes estressores como o contato humano. É muito mais cômodo e infelizmente também mais comum hoje em dia se posicionar, se desentender, se opor, se manifestar e até findar relacionamentos e promover demissões por mensagens e e-mails pois existe uma falsa segurança de proteção pelo anteparo das telas. Se relacionar de forma física e presencial demanda muito mais energia e traquejo social. Parar, prestar atenção, ouvir, entender o outro, analisar o contexto e posições do outro são ações que demandam entre outras coisas um laborioso requisito comum, a conexão. Esse estar presente de forma física, mental e emocional e é essa a grande habilidade que tem se esvaindo de todos nós com o advento das mídias sociais e da comunicação digital e imediata. Por trás das telas somos Deuses que estão ali para serem satisfeitos e agraciados com o que nos é mais prazeroso, graças a inteligência artificial dos Algoritmos. Mas na vida real não há essas bases de dados imediatas para nos fazer comunicar com mais assertividade, e velejar por mares calmos ou seguros pela análise de dados. Longe da idéia de atacar os meios de comunicação da era digital o que se propõe aqui é e sempre será o equilíbrio. Um exercício de migrar parte do tempo gasto de forma digital para o analógico. Mas então a questão agora é, como fazer para reaprender essa linda e antiga arte de se comunicar? Onde estão os manuais, os livros os textos e lives que nos ensinarão a antiga arte da comunicação verbal? Estão em todos os lugares em maior ou menor quantidade, mas uma pergunta ainda povoa a mente desta modesta pessoa que escreve: Será que as pessoas que estão sofrendo pela desaprendizagem da capacidade de comunicar estão dispostas a abrir, mas desse imenso mar de conforto que é evitar relações para voltar a se comunicar de forma conectiva? Considerado um dos precursores da teoria hipodérmica, Harold Lasswell (1978, 2002) foi também um dos primeiros autores a amenizar a influência mecanicista do estímulo-resposta, passando a considerar as diferenças individuais e as influências provocadas pelas categorias sociais. É também o primeiro autor a tentar formular uma teoria da comunicação a partir da identificação dos componentes do ato comunicativo. Para ele, uma forma conveniente de descrever o ato de comunicação consistiria em responder às questões: quem, diz o quê, por meio de qual canal (meio), a quem, com que efeito? De uma só vez, Lasswell identifica a fonte da informação, a mensagem, o meio ou canal, o destinatário e o efeito provocado pela ação. . A partir da tese de que as pessoas resistem à influência da comunicação, uma nova corrente, baseada em estudos psicológico-experimentais, passa a evidenciar a complexidade dos elementos que estão em jogo na relação emissor, mensagem e destinatário: é a chamada abordagem empíricoexperimental ou da persuasão (WOLF, 2003, p. 17-32). Diferentemente da teoria hipodérmica, a teoria da persuasão insere, entre o estímulo e a resposta, os processos psicológicos que podem intervir na recepção da mensagem. 

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NAS HISTÓRIAS DE ONTEM ESTÃO AS RESPOSTAS SOBRE NOSSA FORMA DE REAGIR HOJE.

Somos feitos e reagimos segundo nossas tendências, e essas por sua vez são construídas por nada menos que: nossa hereditariedade ( influências de mãe e pai), nossas percepções e forma de compreender o mundo (que em grande parte está consolidada dentro de nossas características de leitura do mundo) e outro tanto está impregnado com nossa leitura e percepção sobre as ações externas que chegam até nós, nos encontram e nos afetam ou não. Enfim somos um produto complexo e maravilho da mistura de nossas tendências e assimilação de nossas vivências.

A forma como agimos, reagimos e formamos um juízo de valor em como reagir a tudo o que nos permeia passa por um processamento mental para desembocar em ação ou reação falada ou não, mas incontestavelmente comunicada, através das diversas formas que usamos para nos comunicar conosco mesmo e com o mundo.

A forma como o mundo, as pessoas e tudo o que gira em torno de nós mesmos é uma leitura de como nos comunicamos conosco e com o mundo, e isso pode ser  encantador ou um grande demonstrador de necessidade de ajuste de nossa parte, e essa leitura vai depender do grau de impacto que gera individualmente cada um desses fatores.

Mas, mais sub liminarmente, e o que quero dizer é, sobre o que esta por trás da cortina do raciocínio e da ação posta e expressa, são as mensagens que trazemos guardadas no inconsciente e que podem e com certeza tem grande peso para a formulação de novos padrões de comunicação ou apenas representam formas mais modernas de repedir velhos e desgastados padrões limitantes.

Quero trazer dois exemplos bem específicos de ações externas que podem ter moldado ou dado certa forma de ação para você que está na casa dos 30+. Um são os desenhos animados da década de 80 e outro é nosso glorioso mertiolate.

Sobre os desenhos quero trazer a percepção de como quem foi criança naquela época era levada a encarar a vida com verdades menos polidas e mais realistas, sendo colocada e convidada diariamente a elaborar sobre questões do dia a dia meio com _ “a novela da vida com o que tem fora da sua casa”. Eram desenhos sarcásticos, politicamente incorretos e com um toque até do que os mais radicais podem retratar como maldade encarnada. Pois bem, o que me faz citar esse tipo de programação infantil não é o conteúdo nem mesmo me deter em definir certos e errados mas trazer uma construção e um olhar sobre o que poderia ser construído e o que foi com certeza um dos fatores(e não o único certamente) uma grande ferramenta de elaboração infantil e até preparação parcial para a vida no Mundão de Meu Deus como dizem.

Assistir a cenas ainda que alegóricas de ações tão humanas como competição, barganhas e até maldade colocava as crianças consumidoras do conteúdo em contato com um contexto humano muito exercitado, diga-se de passagem até hoje (infelizmente) mas que por ser inapropriado, foi considerado como produto que não poderia ser consumido ou viabilizado.

O ponto a ser levantado aqui é uma regra geral para qualquer ser humano _ temas abordados de forma construtiva abrem espaço para elaboração antecipada e estruturação da percepção de construção e empoderamento, porque gera clareza sobre a realidade e possibilidade de comunicação sobre ela. Trocando em miúdos o que quero dizer é : informação dada é fonte de elaboração para o cérebro consciente e instrumento de resolução para o inconsciente.

Quando somos expostos a um certo tipo de conteúdo podemos criar medos, fobias, mas também temos um grande campo para absorver e fantasiar com aquilo criando ainda que hipoteticamente ações no “e se”_ e se acontecesse comigo eu faria assim ….._ esse tipo de elaboração nos traz a capacidade de lidar com as indigestas ações externas e entender que há saída e há força de resolução.

Entendo que os conteúdos expostos naquele tempo poderiam ser expresso de forma mais polida, mas mascarar completamente as mazelas da personalidade humana e proteger as crianças e adolescentes desse tipo de conteúdo não é proteção, é enfraquecimento a conta gotas.

Todas as vezes que deixamos de permitir que uma certa quantia de informação realista, ainda que polida ou fracionada possa chegar aos nossos filhos e filhas estamos contribuindo para um imenso caráter de casca de ovo, como gosto de chamar.

Caráter Casca de ovo se reflete em pessoas que pensam ser completamente frágeis (quebradiças, desmanchastes ) e não conhecem o poder de sí mesmo, temem ser expostos por medo de fracassar ou ser consumido e isso me mostra o quanto foram “poupados” durante grande parte de sua vida e principalmente infância e adolescência.

Pense, o quanto você assistiu a conteúdos como os desenhos citados e como você lidava com suas dificuldades quando criança. Perceba se era equivalente ao que via, se você tinha mais a tendencia a acreditar em sí e conseguir elaborar dificuldades de forma mais livre e resoluta. Construiu-se uma comunicação de você com o mundo, ainda que interna, que te fez entender que coisas chatas e até ruins aconteciam, mas que você conseguiria dar conta, porque teve a oportunidade de elaborar sobre ela, você teve tempo de se comunicar com todos os contextos que sua mente infantil ou adolescente teve contato e pode ajustar seus sentimentos, frustrações e ações sobre aquilo.

Sobre a analogia ao Mertiolate, que é o segundo tema que gostaria de trazer para elucidar o ponto, perceba a construção psíquica e mental que pode haver em pequenos atos do cotidiano. Houve uma época em que talvez o único anti-séptico disponível para grande parte da população era nosso glorioso mertiolate. Gosto de pensar que ele nos ensinava a verdadeiro sentido do “ tudo pode ficar bem pior”. Sim porque alem de vir com uma pá de aplicação de um plástico super duro que machucava o machucado, o liquido em si produzia uma dor excruciante quando colocado nos ralados de carne viva.

Mas entenda a construção que quero trazer. Através das praticas cotidianas de um simples mertiolate havia muita construção de caráter. Quando a criança ia crescendo invariavelmente ela se negava que outros cuidassem de seus ferimentos (quando possível), eu mesma quando me machucava ia ligo gritando – ninguém põe a mão, deixa que eu faço.

Esse ato não era um ato de heroísmo mas de enfrentamento. Eu sabia quanto era minha dor, quanto eu suportava e quantas vezes precisaria de pausa para limpar e arrumar meus machucados _ ninguém sente nossa dor _ e isso era uma força importante o bastante para que eu tomasse a frente e cuidasse de minas feridas, ainda que depois me consolasse no colo de um adulto e ganhasse carinho.

Existe nessa construção a elaboração, reconhecimento e auto cuidado de suas dores. Isso é o mesmo que buscamos e promovemos todas as vezes que procuramos por ajuda terapêutica, certo?

O que quero trazer com os dois exemplos não é levantar uma construção em defesa da nostalgia, mas criar uma percepção de que damos conta de nossa vida e nossas vivencias e quanto mais cedo começarmos a ser convidados a nos deparar e acolher nossas dores mais fortes ficaremos para esse enfrentamento e o mesmo  acontece com as realidades cotidianas da vida também.

Escolha para sí e para quem você ama a opção do dar a força. Quem ama entrega força para que o ser amado siga e cumpra seu destino, seja ele qual for. Carregar a vida dos outros ou evitar a qualquer custo as vivencias de quem amamos e as nossas mesmo só criará seres que pensam ser fracos e não compreendem ou conhecem sua força.

Trazer doses homeopáticas de realidade as nossas crianças e adolescentes é um convite a vida  emocional saudável.

Aos adultos, reaprender sobre a melhor versão de sí mesmo hoje é contemplar e se fortalecer com as vivencias aprendendo com elas. Não conseguimos e ainda bem nem podemos recriar o passado, mas podemos tomar a força que existe nele para nos fortalecer e fazermos um novo presente. Esse tipo de ação é a primeiro passo para a transformação de sua comunicação com sua vida e com as pessoas ao seu redor.

Você deu conta, como eu sei? Você está aqui lendo esse texto e esse pode ser o ponto de partida para um ajuste de comunicação que te leva para a força de sua vida.